Nos municípios considerados críticos, cerca de 800, as operadoras terão que realizar ações específicas para melhorar a prestação dos serviços e das redes. A informação é do superintendente de Controle de Obrigações e diretor substituto da Anatel, Roberto Pinto Martins. A conexão de dados da Oi em Brasília, por exemplo se enquadra em um destes casos, ela está em 79,10%, enquanto a meta é de 98%.
Apesar das operadoras cumprirem a obrigação de no máximo 5% de queda da rede de dados, os clientes de 3G estão com mais problemas do que os usuários de 2G, explicou Roberto Pinto Martins.
O levantamento apresentado nesta sexta é o quarto produzido pela Anatel com dados sobre a qualidade do serviço prestado pelas empresas de telefonia. Os números se referem ao período de maio a julho de 2013 e trazem avaliação sobre quatro indicadores: taxa de sucesso nas conexões de internet, taxa de sucesso no acesso à rede de voz, queda de chamadas e queda nas conexões de internet.De acordo com a Anatel, as operadoras Claro, Oi, TIM e Vivo cumpriram, no período, as metas fixadas para os três últimos indicadores, levando-se em conta o resultado médio dos levantamentos no Brasil. Mas a meta de sucesso nas conexões à internet, que é de 98% das tentativas feitas pelos usuários, foi descumprida por Oi, TIM e Vivo.
A taxa de sucesso nas conexões à internet da Claro, entre maio e julho, variou de 99% a 98% - dentro da meta, portanto. Para a Oi, variou de 96% a 95%. Na TIM e na Vivo, ela ficou em 96%.
Outro problema foi o número de reclamações. Pelo Regulamento Geral do Serviço Móvel Pessoal, as empresas podem ter no máximo 10 reclamações por mil usuários, mas a Claro chegou a ter 31 em julho. A agência decidiu abrir um processo administrativo contra a operadora até porque o problema vem se repetindo ao longo do último ano. As outras cumpriram a determinação.
A Vivo informou, por meio de nota a imprensa, que cumpriu em julho deste ano as metas de instalação de Estações Rádio Base (ERBs) ou antenas para as transmissões de internet via tecnologia de 2G, que permite principalmente envio de e-mails. Ela deveria ser de aumento destas ERBs de 19%, mas o aumento foi de 23%. E em relação a 3G, ela instalou 35%, quando a meta era menor, de 15%. A Vivo disse ainda que “cumpriu integralmente os indicadores de acessibilidade e taxa de quedas da rede de voz, taxa de quedas da rede de dados e acessibilidade da rede de dados 3G”.
A assessoria da TIM informou que o trabalho desenvolvido pela empresa tem resultado em importantes conquistas “entre elas ser a empresa com menor número de reclamações em seus canais diretos, ser a segunda com menor volume de reclamações totais na Anatel”. Ela disse ainda que a operadora é a que tem menos reclamações sobre “cobrança – responsável pela maior parte das demandas na agência – o que mostra a eficiência do processo de simplificação de seus planos”.
A Claro informou, por meio de sua assessoria, que foi a única operadora a cumprir as metas de acesso à rede de dados, tanto de 2G quanto no 3G. Nos indicadores de voz e dados, “a Claro cumpre todas as metas” e segundo a assessoria teve o melhor desempenho para a taxa de queda de voz.
A assessoria da Oi informou que está investindo na expansão e melhoria da infraestrutura, em novas tecnologias “para assegurar a qualidade no atendimento e na prestação dos serviços oferecidos aos clientes”. Ela disse ainda que a cobertura do serviço 3G da Oi cresceu, no último ano, 160% em número de municípios, atingindo 76% da população
Reclamações na Anatel
De um total de 90.418 reclamações em julho deste ano na central de atendimento da Anatel sobre o telefone pós-pago, a cobrança representou 48%; o bloqueio, 6%; outros, 8%; promoções, 2%; rede, 5%; atendimento; 5%; habilitação, 5%; planos de serviço; 6%; cancelamento, 6%; serviços adicionais, 9%.
Dos 37.267 consumidores de celulares pré-pagos que reclamaram no call centes da agência apontaram problemas com a cobrança, 25%; promoções, 14%; serviços adicionais, 11%; cartão pré-pago 11%; rede, 11%; atendimento, 7%; área de cobertura, 4%; planos de serviço, 4%; habilitação, 4%; e outros; 10%.
Depois que a Anatel suspendeu entre 23 de julho e 3 de agosto do ano passado, a venda de chips da TIM (19 estados), Oi (cinco estados) e Claro (três estados) entre 23 de julho e 3 de agosto, passou a acompanhar o desempenho de todas as empresas de celular. Segundo a Anatel, a decisão de suspender a comercialização teve como base uma análise nacional de indicadores sobre problemas com rede, interrupção de chamadas e má qualidade no atendimento.
Oi não atinge metas da banda larga
A Anatel também divulgou nesta sexta-feira dados da banda larga no país. E em outubro, pelo segundo mês consecutivo, a Oi não conseguiu atingir as metas de qualidade e da banda larga fixa e móvel. Os dados revelam que os principais problemas da empresa em relação a banda larga fixa foram nos estados do Rio de Janeiroa, Alagoas, Bahia, Minas Gerais e Sergipe. A dificuldade mais comum encontrado pelos usuários da Oi foi o de “perda de pacotes”, quando os dados não chegaram ao seu destino e foram descartados. Segundo a agência, isto acontece por falha ou baixa qualidade de conexão.
Os clientes da GVT em Alagoas; da Algar e da Net, em Minas Gerais; e da Sercomtel, no Paraná, também tiveram que falhas na qualidade do serviço de banda larga fixa.
Foram medidos seis quesitos nos serviços de banda larga fixa das principais operadoras, nos estados de Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e no Distrito Federal.
Os clientes da banda larga móvel da Oi, Vivo e TIM tiveram problemas com a velocidade instantânea - Velocidade de upload e download medida no momento em que a internet está sendo utilizada. Foram feitas medições em 11 estados - Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.